Estória Pícara III
Santa Amélia
Século IV
http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=5&Mes=1&SantoID=728
Vocês sabem como é: a gente olha, a gente sorri, a gente cumprimenta, a gente como quem não quer a coisa começa a sentar-se na mesma mesa.
Depois é a altura das conversas da treta [a fase exploratória dos psicologistas], aquelas pequenas conversas sobre coisa nenhuma, bagatelas que vão permitindo saber como está o terreno, as defesas, as fraquezas e as fortalezas do território a ocupar.
Amélia, imaginem só, Amélia como a rameira do Padre Amaro! Mas nem uma única referência a este bom augúrio, apenas uma constatação, seguida pela minha própria nomeação: Luís.
Que sim, que lia muito e estava disposta a retomar os estudos de História que tinha interrompido quando o horário no outro emprego tinha tornado impossível a continuação. Ah, sim! E vai a Coimbra com que frequência? Duas ou três vezes por semana.
Mais tarde descobri que também saía bastante para Leiria e até Lisboa onde, dizia, tinha um cunhado.
Vivia num T1 próximo do centro da cidade, uma casa que os tios ou padrinhos lhe tinham mantido enquanto andou por fora a trabalhar.
E assim se foi arrastando este idílio… Uma vez baixei-me para apanhar qualquer coisa sob a mesa do café e, como um bom bocado da coxa estava à mostra porque a saia tinha subido, pespeguei-lhe um beijo descarado na pele macia e morna. Ela, como eu esperava, não esboçou a mais leve reacção!
- Olhe, Amélia, uma tarde destas vou buscá-la a Coimbra.
A porra era a sarna que não havia maneira de passar completamente. Ainda tinha, aqui e além, alguns pontos como cabeças de alfinete, crostas secas, que não havia maneira de saírem.
2 Comments:
Pois, pois... ;)
By Maria Ostra, at 9:38 AM
muito bom!
By Anonymous, at 8:03 AM
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