O Avô Nunes
Eu ainda não vos falei do Avô Nunes.
O mais importante do avô é a sua herança:
- Genes de femeeiro e quatro livros, os mais antigos livros que possuo na minha biblioteca de alguns milhares, a saber [os livros, claro]:
Um manual de perfumista – “Les Parfuns de La Toilette”, de 1875;
Um tratado de agricultura de 1883;
Um romance histórico de 1908 – “No Tempo dos Francezes”, de F. Fonseca Benevides;
Um livro infantil do séc. XIX, cuja data esqueci; que não consigo encontrar, perdido que está, na confusão papeleira do meu sótão, mas que recordo contar a história de um menino Adalberto, rico e mal criado, que é raptado por um grupo de saltimbancos ciganos, com o qual vai fazer a sua aprendizagem de como a vida é difícil, libertado, mais tarde, pela jovem cigana Gisela que o restitui à família. Era um conto moral para crianças!
Devo acrescentar que o avô era a “ovelha negra” da família, principalmente odiado pelo lado feminino, pudico e manipulador da parte da minha mãe.
Talvez um dia conte algumas estórias do “anspeçada” Nunes que nós na altura pronunciávamos “anzespada”!
posted by Professor at
3:47 AM
3 Comments:
Que maravilhas guarda no seu sotão, professor!
Este tratado "dos perfumes da toilette" deve ser uma delícia!
Ando sempre "à cata" destas curiosidades nos alfarrabistas...
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Maria Ostra, at 8:11 AM
Adorava ter um avô que me deixasse livros como herança!
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Vegana da Serra, at 12:56 PM
Que máximo que deve ser esse sotão, se tivesse assim o meu nunca mais saía de lá.
Aqui na minha terrinha tb havia um avô Nunes que fabricava as famosas queijadas de Sintra. Às sextas feiras quando acabava as aulas, ainda na primária, íamos todos a correr para lá a pedir as queijadas queimadas. E ele sempre com aquela ar de Avôzinho, lá nos ia dando as queijadas que saíam tortas.
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Totoia, at 3:42 AM
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