Blogue do Doce Veneno

Monday, February 16, 2015

SUPOSTO DIÁRIO

Nas cartas à directora, uma rubrica a que dou bastante atenção diariamente no Público, li hoje, um apontamento muito interessante de um leitor da Cova da Piedade, ALMADA.
O final da sua carta foca um assunto que desde os bancos da escola me perturba: 
«Quem escreve a história constrói a realidade. Afinal, até que ponto é a realidade autêntica?»
Já conhecíamos a verdade da História escrita pelos vencedores. Os perdedores, os derrotados nunca tiveram voz para contarem a sua versão dos acontecimentos. Umas vezes porque os aniquilaram fisicamente, mataram-nos; outras porque lhes é negado o acesso a qualquer meio de comunicação, ou penalizados de variadíssimas maneiras se emitirem uma opinião diferente da oficialmente difundida.
Agora apareceram os peritos, quase sempre ligados a grandes empreendimentos comerciais ou industrias, afiançando factos e obras. Como saber se o seu aval não é só propaganda, destinada a manipular os mercados? O dinheiro tornou-se critério de avaliação de elites que a maior parte das vezes não têm nada de interesses culturais, apenas desejam lucrar, tornar as artes e as letras formas mercantis. Estou farto de mercenários no exército, na política, na ciência, na cultura. Até a comezinha educação geral e medicina geral se tornaram mercado, onde os mercenários cobram direitos.


« Autenticidade
Aqui há dias saiu a notícia sobre a descoberta de duas esculturas em bronze atribuídas a Miguel Ângelo Buonarroti, o celebérrimo escultor renascentista que foi imortalizado por ter pintado o tecto da Capela Sistina, em Roma. Apesar dos indícios que apontam Miguel Ângelo como mentor da criação das referidas esculturas, a dúvida mantém-se. Agora surge nova notícia, desta vez sobre a recuperação de uma pintura atribuída a Leonardo Da Vinci. Em ambos os casos o que me rói a curiosidade é imaginar o que rola dentro da cabeça dos sábios historiadores de arte que têm o poder de declarar, ou não, a autenticidade das peças. Basta uma palavra destes senhores (ou senhoras) para que aquele pedaço de tela (ou de bronze) passe a valer uma fortuna incalculável. Que tipo de sensações andarão aos saltos no coração e dentro das cabeças destes homens (ou mulheres)? Quantas obras se perderam (e continuam a perder), quantos artistas geniais foram (e são) ignorados? Quem escreve a História constrói a realidade. Afinal, até que ponto é a realidade autêntica?
Rui Silvares, Cova da Piedade»

SUPOSTO DIÁRIO. 2015-02-15

Estou no Café Filinata, no Cardal, em Pombal. Na televisão, decorre o Benfica - Setúbal e o resultado está em 1-0.
Há muitos anos, ainda durante o meu primeiro casamento, assisti  a alguns jogos no anterior Estádio da Luz, na companhia do meu cunhado mais novo Zé Roque. Um desses jogos foi também um Benfica-Setúbal mas nem me lembro do resultado, sempre fui um péssimo desportista mesmo de bancada. Os meus cunhados eram todos adeptos ou mesmo sócios do Benfica. Eu já era sportinguista mas para ver um jogo, normalmente bom, e estar entretido, não me importava de ir ver o Benfica. Naquele tempo tudo era barato a entrada conseguia-se por 50$00 (cinquenta escudos). Hoje não faço ideia de quanto possa custar um ingresso dos mais baratos num estádio de futebol.
O meu casamento actual continua bastante periclitante. Sexualmente, ainda funciona mas ao nível dos afectos e da partilha de interesses e tarefas está muito aquém do que seria desejável.

Wednesday, February 04, 2015

PÁGINA DE UM SUPOSTO DIÁRIO. - 2015/02/03



Escrevo cada vez menos e os meus trabalhos na horta, nestas últimas semanas, de frio e chuva, reduziram-se a zero.
Devia escrever tudo o que penso mas nem sempre é possível pensar e escrever. Tenho muitos cadernos deste formato, A5, escritos já desde tempos antigos mas nunca fiz a colectânea de textos que era possível fazer. Não estou especialmente interessado em escrever livros (já há por aí ajuntadores de palavras que cheguem), mas a escrita virtual na Net, atrai-me bastante. Depois é gratuita tanto para mim como para os leitores. Sei que sou um idealista e que se aplicasse esta versão de partilha de informação e conhecimento gratuitamente muita gente não sobreviveria pois morreria à míngua.
ENTREMEZ - «demorou tanto tempo, que deve ter ido ver se os gabinetes de prova da Modalfa são tão cómodos como os da H&M.»

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