Com design exclusivo para Funcionários Públicos e Pensionistas da C.G.A., o Ministério das Finanças acaba de lançar este interessante e útil objecto. Pena é que o seu destino, se os desígnios políticos deste Governo se mantiverem, seja o de se manter vazio.
Há dias fui à despedida de solteiro de um grande amigo meu. Quando voltava para casa, fui mandado parar pela BT à entrada da cidade... Ora eu estava num estado lastimável, quase caí ao sair de dentro do carro, e vi três policias a pedirem-me para soprar o balão.. Só que, felizmente, do outro lado da estrada surge um camião que sobe a divisória e capota espalhando um carregamento de tijolos pela estrada toda. Vendo isto os policias começam a correr em direcção ao sinistro e mandam-me embora. E eu lá peguei no carro e fui todo contente (grande sorte!). No dia seguinte a minha mãe acorda-me e pergunta: - Olha lá! O que é que faz um carro da Brigada de Trânsito na nossa garagem?
No carro estacionado em frente ao posto médico de Albergaria dos Doze. Continuo a leitura de “A Lã e a Neve”…
Passou agora por aqui a Teresinha, a Dr.ª Maria Teresa da farmácia do Largo da Igreja Velha, a Farmácia Albergariense. Ainda lá está, a antiquíssima farmácia, na mesma praça, só o edifício é novo. Lembro-me dela desde miúdo e do velhote que atendia ao balcão, cujo nome a voragem do tempo apagou da minha memória, quando ia aos doze (à feira dos doze) vender as ovelhas com o meu avô. Poucas ovelhas: umas vezes duas, às vezes três, quase sempre uma só.
Conheci a Teresa e a Fernanda (eram irmãs), quando já rapazola vinha a Albergaria e, ao passar nos Eguins, não podia deixar de entrar no “Café do Preto” para beber qualquer coisa com o meu irmão e, muitas vezes, com algum dos meus primos. Elas, em férias como nós, julgo eu, ajudavam os pais nas lides do café que também tinha anexo, como era costume naquele tempo, a mercearia e a taberna. Parávamos lá de propósito para ver as raparigas que, muito senhoras do seu papel, nos serviam e nos ignoravam. Tínhamos as nossas preferências, uns pela Teresa, outros pela Fernanda. Como se dizia na época: namorávamo-las sem elas saberem.
Depois a vida mudou – fui trabalhar, fui à tropa, acabei o curso, casei. Durante muitos anos (catorze, quinze anos) não visitei nem o lugar dos meus avós, nem a aldeia de Albergaria.
Quando regressei, já não havia serrações nem destilarias de resina e as barricas de pez e os bidões de aguarrás, já não se alinhavam em filas intermináveis no cais da estação dos comboios, nem se empilhavam alto em dezenas e dezenas de vagões que possantes locomotivas a vapor puxavam pela rampa acima em direcção ao túnel ou pela rampa abaixo em direcção a Pombal.
A Igreja Nova, que eu vira ainda em caboucos quando se lançou a primeira pedra, já estava pronta e bonita. A Igreja Velha era uma ruína.
Ah! A Teresinha! Estava uma senhora doutora farmacêutica, bonita ainda, já casada e mãe. O “Café do Preto”, esse, há muito deixara de o ser. O prédio, contudo, ainda existe.
O Doce Veneno é isso mesmo: doce e veneno. Conta coisas, umas plausíveis outras nem por isso, mas sempre querendo juntar alguma informação ao conhecimento que já temos da proverbial pulhice humana.